sexta-feira, 12 de setembro de 2014

De volta as origens

Saindo de casa, o sol teimoso de inverno aquecendo e matando de calor. Quase 30 graus as 10 da manhã e de algum modo isso faz com que me sinta viva.
Quando acordei, por uma vez em tempos, consegui vencer a vontade incessante de dormir sem parar e levantei. Caminhei com o cachorro, fiz minhas tarefas e saí rumo a minha eterna casa.
Ao sair coloco os fones, ligo o aleatório e explode em meus ouvidos uma das minhas bandas favoritas. A velha depressão mais que conhecida nos versos decorados hoje, alegra meu coração.
Sinto um calor nas entranhas, o mesmo de quando assisto aos shows que fazem meu coração disparar.
Subo a rua, cantando, os versos me fazem pensar em cada coisa boa que aconteceu ultimamente. São tristes, sim, mas são como velhos amigos: choram comigo na tristeza e me fazem sorrir ainda mais na alegria.
Os versos são substituídos por outros, próxima música, próxima banda, e eu me sinto cada vez mais viva.
Há tempos não tenho uma vontade de viver tão grande quanto a que eu sinto hoje. Nada pode me deter, minha música e o sol estão aqui pra me lembrar aquilo que pensei ter esquecido.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ah, a experiência.
Fui criada para viver e curtir emoções o tempo todo e tenho sede de experiência.
Adoro a minha companhia, ficar sozinha e viajar sozinha, mas nunca tinha a tido a oportunidade de fazer algo semelhante ao que fiz esse ano.
Sou apaixonada por futebol, sempre fui. Assim que abriram as inscrições pra trabalhar na copa voluntariamente me inscrevi e milagrosamente consegui um ingresso.
O jogo era Holanda e Chile, o estádio a Arena do meu time. E lá fui eu, sem companhia, com a cara e a coragem pra arquibancada.
Descobri no trem que não havia levado meus fones de ouvido. Fui sentada e lendo ouvindo o mundo ao meu redor.
No expresso da copa, torcedores das mais diversas nacionalidades, cantavam e sorriam ansiosos por entrar no estádio.
Vi cores e gritos, chilenos apaixonados cantando a capela seu hino, vi jogadas geniais. Não acreditei no meu lugar no estádio e no que tinha vivido. O ingresso com o meu nome tá aqui, pra comprovar que sim eu estava lá.
Foi uma experiência única e instrospectiva, ali no meio de milhares de torcedores, homens em sua maioria, ter um momento de reflexão e de paz.
Porque sim, sou mulher e fui ao estádio sozinha, mas os torcedores mesmo bêbados, não faltaram com respeito em nenhum momento.
A imagem, as cores e o que vivi ali é único e inexplicável. A história que levarei comigo. O momento em que participei da copa das copas e pude apreciar e aplaudir o espetáculo que é o futebol.
Ah, mas que experiência.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Tão natural quanto um imã.
Que dor é essa que dói tanto. Foram minutos apenas, mas pareceram semanas, meses e anos.
A sensação de te ver na plataforma, de correr ao seu encontro e encontrar de novo meu lugar no seu abraço.
Perfeito arco de braços que me parecem um lar quentinho.
Alívio, é como se eu emergisse da água depois de quase me afogar, como se meu coração batesse de novo depois de uma parada, como se depois de estar longe a atração magnética natural nos fizesse unir e não separar.
É impressionante como por um instante, a concentração de amor dessa cidade estivesse ali naquela plataforma, como se o mundo parasse de girar ou girasse mais rápido de repente.
É tudo assim, paradoxo e complicado e deliciosamente confuso. Você faz da minha vida um rebuliço, uma bagunça sem ordem, adeus lógica.
Suas lágrimas, minhas lágrimas, nossa bobeira, nosso desperdício de tempo juntos. Você me pediu 1 minuto, pois você tem 1 minuto a cada minuto dos meus minutos até meus minutos acabarem.
Enquanto eu puder voltar pros seus braços, vou saber que tudo está bem e o mundo ainda não embirutou de vez.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Tem um milhão e meio de coisas que queria escrever. Minha cabeça tá girando tanto que não sei como pensar.
Meu aniversário. Chegou, passou e trouxe consigo alegrias e decepções e principalmente mais lágrimas do que queria contar.
Esse dom de mexer com meus sentimentos vira karma quando as coisas não são um mar de lírios.
E me parece que pra você é tão ruim quanto pra mim. Acabo de reparar que você não chora, mas se afeta até mais que eu.
Você fez tudo o possível pra que fosse perfeito e foi. Eu só esqueci de colocar pra fora o quanto eu tava agradecida. Fiquei extasiada por você ter feito tanto e não consegui extravasar e deixar você notar.
Peço pra que você não se decepcione tanto por algo pequenamente grande. Nem de longe estou diminuindo a importância, só acredito ter coisas maiores com as quais se importar. Não gostaria que uma situação como essa, pequena perto da magnitude do resto das coisas que já nos aconteceram, estragasse seis meses de degraus que construímos.
Não quero mais decepcionar você e nunca mais vou esquecer de me lembrar de trocar os nossos olhares de cumplicidade e rir das suas piadas bobocas.
Dançar com você. Sempre.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Um cantinho no mundo. Um cantinho do qual não quero sair e pra onde é sempre feliz de voltar.
Uma saudade que não tem explicação e que não cabe em mim só de pensar em dar tchau.
Rir de bobices a toa, suas palhaçadas sem sentido e nossa história remendada como uma colcha de retalhos.
Da demora sem propósito aos dentes batidos tudo nos leva a pendurar latas no carrinho de golf.
É loucura, você faz cara de desententido mesmo quando a ideia é sua.
Mas é uma loucura nossa, que acaba em beijos e cocegas e muita risada e falta de ar.
Será que eu já disse eu te amo hoje?

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Eu sei, me conheço. Conheço cada defeito e cada gesto imperfeito.
Aliás e qual deles não é? Me esforço pra combatê-los, mas alguns parecem fazer mais parte de mim do que consigo admitir.
Odeio rotina e sou fã de planos as vezes mas na maior parte do tempo tenho uma impulsividade e uma vontade de viver cem dias em um.
Vivo sobrecarregada de coisas nas quais eu mesma me enfio, na ânsia de viver a vida do jeito mais intenso e com mais compromissos do que consigo dar conta.
E a pior parte é que é tão natural, tão parte de mim, que dividir e avisar são atividades pra lá de complicadas. Nem percebo e quando vejo lá estou enfiada em confusões.
Desculpa envolver você nisso, uma vez te disse que eu era um furacão. Não sei se você entendeu a complexidade da analogia.
Mas não importa, posso me acostumar a te contar tudo que pode se passar num dia mas e você? Pode se acostumar com isso? Será que eu valho a pena? Perder seu tempo e seu dinheiro numa investida atrás de uma maluca?
Eu sei das minhas limitações e você  consegue entendê-las?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

doiSMILEcatorze

Todo ano, no começo ou no fim, nas últimas ou primeiras semanas eu venho aqui.
Tirando o ano em que perdi meu herói, não tinha cabeça pra nada durante muito tempo ali, desde que criei o blog (e antes nos diários que escrevia) eu fazia uma nota, um balanço, uma citação ou um desejo ou tudo junto.
Lembrava e listava o que foi ruim e o que foi bom, os risos e choros, mudanças, conquistas, quedas, perdas, vitórias, coisas superadas.
Mas de que tipo de coisa perdida ou superada tem consciência uma garotinha de 15 anos.
Não tenho mais 15, aliás os 20 batem a porta, nem por isso acredito que deixei de ser uma garotinha.
Acreditem ou não, importante ou não, todas as idades tem suas perdas e ganhos e momentos em que o mundo vai explodir (de tristeza na sua cabeça ou de não comportar a sua alegria).
Vamos aos fatos, 2013: ano ímpar (tem minha antipatia aí), segundo da faculdade, ia ser o segundo de namoro (acabou virando primeiro de novo), com emprego, carta de motorista e mais uma série de coisas.
De repente me vi cansada, estressada, dolorida, velha e sem alegria de viver (isso foi o primeiro semestre). Aos poucos fui cumprindo o final da oração "livrai-me de todo o mal". Me vi varrendo (Deus sabe o quanto detesto varrer kk) da minha vida e dos meus dias aquilo que achei que não tava me fazendo bem.
Sofri, chorei, passei por angústias maiores do que consigo listar. Ganhei responsabilidades diferentes, virei amiga da minha Vó alguém com quem ela pode contar e chorar e babá dos meus primos, pra dar uma liberdade a ela.
Virei desempregada e solteira, me senti sozinha, fraquejei e pensei que nada ia dar certo de novo.
Me senti incapaz, dependente e triste.
E então como num passe de mágica *puff* veio o 2013 do segundo semestre.
Consegui uma bolsa na faculdade e um emprego freela como recreadora num hotel, me soltei e fui viver.
Senti meu coração bater mais forte pela primeira vez em anos, e mais forte do que nunca.
Teve enrolação, indireta, beijo roubado, quebra de protocolo, namoro novo, tudo causando um rebuliço no ano ímpar com número do louco.
Me dei bem na faculdade, me dei mal na faculdade, briguei por coisas sem sentido e assenti quando queria discordar.
Me estressei, achei que era mais do que podia aguentar. Me apoiei em você. Brigamos, fizemos as pazes.
E eu vejo agora que tentando levantar meu segundo semestre, as lembranças fortes (boas ou ruins) incluem você.
O ano acabou, veio a tristeza que agora é comum a época. Teve complicações na faculdade, vi o lugar que aprendi a amar contaminado, interditado, sujo e abandonado.
Teve a ausência infindável do Vô em todas as horas, teve a ausência quase que irreversível do pai em muitas das horas.
Tiveram as horas em que eu quis ausentar e fugir.
Mas mais que nunca, 2013 foi o ano da mutação, da evolução. A lagarta saiu do casulo como borboleta, penou mas aprendeu a voar.
Teve retorno pro ballet, teve cantoria no meu quarto.
E quando acabou, deixou a sensação de valer por pelo menos uns 4 anos.
E então veio o ano par, 2014. Voluntariado na Copa do Mundo, um cachorro, aprendi a andar de patins e essa é só a segunda semana. Mal posso esperar (mentira espero com prazer) pela reflexão no fim desse, porque ele tá prometendo.
Ah aprendi uma grande lição em 2013 que levo pra vida: me esforçarei sempre e ao máximo para ser infinita.
Feliz ano novo