sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Às vezes quando parece que há tanta informação acumulada em você que parece que você vai explodir tudo que você precisam é um pouco....
Um pouco de tempo, pra respirar e não fazer nada até acalmar o coração.
Um pouco de sono pra dormir e descansar e sonhar com a solução dos seus problemas.
Um pouco de afeto, carinho e respeito e alguém que olhe nos seus olhos e diga: "vai desaba que eu te seguro".
E algumas lágrimas pra lavar a alma e ver que o que não tem remédio remediado está e sofrer sem poder resolver a situação é sofrer a toa.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Quando você começa a tomar consciência de certas coisas, começa a perceber que talvez você tivesse a chave para solucionar o problema desde o começo.
É como ler um livro do qual você recebe pistas e consegue deduzir o final antes mesmo de lê-lo e quando acerta se dá por satisfeito pela agilidade de seu pensamento.
Eu adoro ser surpreendida, acho o máximo, mas nesse momento preciso muito encontrar terreno seguro em qual pisar.
Em meio a raios e trovões, poder de dedução é conseguir enxergar o fim da tempestade e se fiar nisso, conseguir se controlar e manter a fé.
Hoje, depois de dias presa em uma tempestade em meio ao mar, eu me sinto segura o suficiente para dizer que a calmaria ainda vem e ela depende mais de mim do que de qualquer outra pessoa.
As habilidades que eu tenho, são imprescindíveis agora e eu devo reconhecê-las para usá-las a meu favor.
Por mais clichê que pareça, por mais que seja brega, por mais que seja óbvio: "o que você precisar, se encontra em você" e isso nunca foi tão verdadeiro e profundo.
Talvez eu nunca estive tão perto de encontrar o meu cerne, meu verdadeiro eu. Foram tantos anos de espera que acredito que agora estou preparada o suficiente para me encarar e dizer "olá, velha amiga".
Não posso lutar contra mim, é inútil, exaustivo e só traz malefícios incontáveis, é preciso me aceitar, aprender a ser quem eu sou em essência e conseguir conviver comigo de maneira harmônica como deve ser.
Todas as partes, as boas e as ruins, as claras e as obscuras, as mutáveis e as imutáveis, fazem de mim aquilo que eu sou e aceitá-las faz parte dessa grande evolução a qual chamamos vida.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

As pessoas vem em formas, tamanhos e manias diferentes.
A minha mania mais pronunciada é a de me distrair, principalmente frente à situações que não quero enfrentar.
Eu me escondo entre minhas músicas e meus livros favoritos, com fones no volume alto o suficiente pra não ouvir meus pensamentos.
Eu fujo de mim, de todos os jeitos possíveis até conseguir me encarar outra vez.
Eu me encho de comida, deixo a tv em canais esquisitos e fico jogando até o tempo passar o suficiente pra me encarar outra vez.
Mas quem me encontrar por aí, ah não vai saber que eu tô fugindo de mim, que eu tô triste e que eu apenas não ligo ou que tá tudo maravilhosamente bem.
Mas não tá, e quando todo mundo desce e só sobra eu no metrô, eu volto pra batida calmante escolhida da vez e finjo conseguir me distrair com os livros enquanto tento ignorar que  não há com quem falar e que ninguém se importa.
E quem se importaria, não é mesmo?
E se alguém sabe que eu tô assim, não, ninguém.
Eu finjo que tá tudo bem e faço favores à outras pessoas. Eu converso, finjo prestar atenção ou achar a piada engraçada, quando tudo não passa de uma casca apenas pra ninguém saber que eu não quero conviver com ninguém.
Eu visto a minha cara de pau, meus anos de teatro amador e a eterna vontade de não ser fraca. Deixo pra chorar no quarto, em silêncio pra minha mãe dormir.
E amanhã começa tudo outra vez, até eu finalmente me convencer de que tá tudo ok outra vez e outra vez o universo sacudir tudo só pra me lembrar que não, não tá e que eu nasci pra ser atriz e fingir que não ligo pro fato de querer fugir, dos outros e de mim.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Perdas

De todas as zilhões de dores que existem no mundo, talvez a que mais doa seja a de perder alguém sem conseguir fazer nada.
Hoje eu enfrentei dois tipos de perda diferentes, mas talvez, igualmente dolorosas. Quando uma pessoa morre, vai pra outro plano, desencarna ou seja lá qual o nome que se tenha, dói tanto porque é como se um pedaço de você nunca mais fosse voltar.
É uma voz que você não vai mais ouvir, uma risada que você não vai mais escutar, uma bronca, um cheiro, são tantas coisas inúmeras e absurdas que o coração aperta e parece que você nunca mais vai respirar de novo.
Você volta a respirar, devagar e sempre, como se você se salvasse de um afogamento depois de longos minutos tentando se desvencilhar da água. As lágrimas se tornam menos frequente, a dor menos aguda, a ausência menos presente e aos poucos engatinhamos de volta pra vida tentando nos confortar na ideia de um dia morrer e reencontrar aqueles que foram antes.
Por outro lado, talvez a forma mais dolorosa de se perder uma pessoa não seja quando ela morre. Quando você percebe que por alguns fatores, inclusive alguns que são culpa sua, fizeram alguém que você ama se cansar e partir. Isso quebra você em tantos pedaços quanto aquele vaso de porcelana da dinastia chinesa que você derrubou sem querer e se partiu em dois milhões e meio.
Porque você tem plena consciência que a pessoa estará por aí, respirando, emprestando pra outras o prazer de dividir aquela risada que você ama, ou aquele tom de voz sonolento que você queria só pra você. A pessoa não partiu pra sempre, só resolveu que você talvez não merecesse mais compartilhar de sua companhia. E isso dói, porque a dúvida continua te assombrando: onde foi que eu errei? e se eu tivesse feito diferente? porque não eu?
E aí passam os dias, os meses e você continua vendo a pessoa nos lugares que vocês costumavam ir, nas músicas que ouviam, nos filmes que assistiram juntos, na comida favorita que você vai levar séculos pra digerir de novo sem sentir que tá passando mal.
Você se afoga em suas próprias lágrimas e acha que o sol nunca mais vai brilhar outra vez, porque não vai, não como antes, não como quando vocês estavam juntos e talvez ninguém nunca mais ria das suas piadas estúpidas ou entenda suas excentricidades.
E no fim de tudo, quem fica é quem sofre, independente do tipo da perda.
Como eu aqui, quase afogada, por ter sofrido as duas de uma tacada só.
A esperança? Que eu acorde amanhã e descubra que foi um pesadelo e nada aconteceu.
A realidade? Que Deus me dê dinheiro o suficiente pra comprar todo o chocolate que eu preciso agora.