domingo, 29 de maio de 2011

Perder. Palavra maldita que pode trazer uma dor imensurável, lágrimas incontroláveis e tantos outros sentimentos que fazem você se sentir mal.
Perder um jogo ou uma competição pode fazer você se sentir incapaz ou inútil durante sabe lá deus quanto tempo. Sua fé, esperanças, planos todos vão dar um rolê e parecem que nunca mais vão voltar.
Você pode perder bons momentos e passeios não podendo compartilhar então das experiências que ocorreram e das histórias que serão levadas.
Mas pra mim o pior tipo de perda é a de uma coisa que você ama. Ok, dizer coisa é possessividade demais, mas achei que era a melhor maneira de me expressar. Um bichinho, um amigo, um parente, um livro. Muitas coisas podem se encaixar.
Quando você ama algo você quer ficar perto, cuidar e demonstrar o seu amor por esse algo em todos os momentos da sua vida. Mesmo que você seja o ser humano mais frio do mundo. Mesmo que você demonstre isso de maneira violenta, agressiva, ciumenta, possessiva. Não importa, no fundo você quer dizer: ei eu te amo e tô aqui.
E eu com essa minha pequena necessidade de demonstrar o amor pelas coisas acabo sofrendo demais com as perdas, de coisas que pros outros às vezes não tem importância.
Esse não é o primeiro texto que eu escrevo pra ele, escrevi um logo no dia em que ele chegou na minha vida. Não era um gato, não era um cachorro. Meu peixe, meu Bubble querido, perdi as contas de quantas vezes ele foi a minha única companhia, dos gritos que eu dava com ele quando tava tentando tirar ele do aquário e ele lutava contra mim, da nossa viagem pra bauru, de todas as vezes que ele nadou na minha direção feliz da vida.
Muita gente pode pensar: foda-se é um peixe. Pode ser um peixe, mas ele era meu, a única coisa verdadeiramente minha na vida. E com ele aqui eu me sentia menos sozinha.
Me lembro de ter chorado muito porque queria um "bichinho de verdade" no dia em que ganhei ele, me lembro de ter sentido uma dor terrivel por ter que levar pra casa um peixe e não um gatinho ou um cachorro. A dor que eu sinto olhando pro aquário dele agora é pelo menos dez vezes maior e mais forte.
Bubble, o peixe mais fofo do mundo.
29/05/2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

E é aí que eu vejo que a esperança não está totalmente perdida. Mais de uma vez eu escrevi aqui que as crianças de hoje não teriam uma infância tão digna quanto a minha e que o significado do amor havia se perdido na minha geração.
Realmente eu olho ao meu redor e o amor tá faltando, ou melhor ele tá sobrando nas palavras mas faltando nas atitudes. Quando alguém se dispões a me provar o contrário e a me mostrar que eu não estou crendo nisso sozinha eu realmente ganho o dia. Perguntar pra um garoto qual o conto de fadas dele preferido e obter uma resposta sem nenhum tipo de agressão incluida já tinha me deixado feliz, a escolha do conto também porque falava justamente disso, de amor. Mas nada superaria o que veio depois.
A pergunta me foi devolvida e me vi obrigada a confessar que no fundo, no fundo ainda acreditava um pouco no lance do encantamento, dos principes. Ainda fiz piada dizendo que dispensava o cavalo branco, uma bicicleta serve. Me senti boba e ao dizer isso ao garoto ele me devolveu algo que eu verdadeiramente não estava esperando. Já estou tão habituada a ser incompreendida por isso até mesmo por meninas que estranhei ao vê-lo dizer que ele entendia como eu me sentia pois espera sua princesa diariamente.
Estou embasbacada, a verdade é essa. Um menino de 16 anos que acredita no amor dessa maneira tão fofa e inocente merece infinitamente o meu respeito. Qualquer pessoa que não banalize esse sentimento merece e infelizmente vou dizer que elas são poucas.
Ei garoto fofo, obrigada por me fazer crer que ainda existem pessoas românticas e bobocas no mundo. Porque convenhamos, somos bobocas mesmo, mas que pessoa consegue acreditar no amor e não ser?