segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sedentarismo da Alma

Pois é a madrugada traz pra você várias coisas das quais você tenta incansavelmente fugir e se esconder. Pode ser um medo, um segredo, um desejo, um inconformismo, uma saudade, uma vontade, uma canção, uma velha história, um gosto antigo, uma lembrança. Essas coisas que você guarda mas não quer ficar olhando muito, então esconde numa gaveta do fundo do cerébro.
A madrugada é o momento perfeito pra você parar, se analizar e dizer: 'Puta merda, eu sou um fraco, medroso e fracassado'. Acho que é o ar da noite que faz com que você ative o botãozinho da auto-crítica e comece a ver as coisas que realmente não funcionam.
Eu, por exemplo, sei exatamente a minha maior fraqueza. Sou a personificação da insegurança na terra. Fraca, frágil, medrosa. Sim essa sou eu. Por baixo de todo o lance da confiança no mundo e dos arco-íris do caminho, sobra o medo do mundo, do fracasso, da solidão, da mudança, da perda.
Me parece que por causa disso eu sofro de uma espécie de sedentarismo. É como se ao invés de viver a vida, eu morro de medo e simplesmente assisto ela. Os impasses são comuns e a confusão nem se fala, já que apesar do medo de fazer e dar errado vem o medo de não fazer e se arrepender.
Porém a fragilidade que existe em mim, o medo de cair e me quebrar só existe quando as coisas se tratam de mim mesma. Se for pra defender amigos/família/coisas que amo toda a fragilidade some e eu ganho forças de sei lá onde.
Porque será que eu não consigo usar essas forças mágicas sempre? Me sinto incrivelmente problemática a uma e pouco da manhã como se eu fosse realmente um ser anormal e acomodado que vai passar o resto da existência com medo da vida.
Não é isso que eu quero ser. Não, não mesmo. Eu quero conseguir gritar pro mundo aquilo que tenho pra dizer sem medo de ser feliz. Sair dessa 'bolha' infernal que me deprime e faz com que eu me sinta além de tudo incapaz.

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