quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A sensação é a de reencontrar um velho amigo, um ente querido, alguém que partiu sem dar tchau direito e foi pra muito longe.
A sensação é de que você sabia que ele estava bem, com saudades mas vivo, forte e crescendo mundo afora.
De vez em quando o desaforado mandava notícias escassas, te dava esperanças de que ia voltar novamente só pra sumir de novo no ar.
Hoje, depois de quase dois anos sem notícias concretas, aqui estou estarrecida ainda do encontro matutino.
Como agir com alguém que ficou longe tanto tempo? O coração dava saltos nervosos e mãos e pés timidamente desajeitados tentavam abraçar e acolher o ser que finalmente estava de volta.
A alegria foi imensurável, mas não houveram lágrimas. O suor, velho conhecido, ganhou a fronte e fez se presente naquela hora que parecia um dia inteiro.
Depois da quebra de vergonha e devidamente reapresentados, nos fundimos em um. Como sempre foi e como nunca devia deixar de ser.
Então a hora acaba e eu vou embora, mas finalmente com a certeza de que ele veio comigo.
Não sei por fim dizer ao certo se quem voltou foi ele ou se eu é que passei esse tempo todo longe, só sei que finalmente me sinto parte de algo maior e mais forte, o lugar de onde eu nunca devia ter saído: os braços, pés, pernas e cabeças do ballet.

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