quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sabe aquelas menininhas típicas, naturalmente delicadas, que incrivelmente se mantêem arrumadas durante o dia inteiro, sem óculos, sem aparelho, sem cabelo comum, com milhões de amigas meninas, com um certo desprezo pelo meninos, que adoram animais, shopping e detestam futebol, que fazem pequenos xiliquezinhos e sempre conseguem aquilo que querem. Pois é, eu nunca fui uma dessas.
Eu sempre fui a 'esquisitinha' que ficava lendo sentada no chão e que aliás nunca se importou em sentar no chão do ônibus, trem, metrô, pátio, calçada, raio que o parta. Sempre fui também aquela que conversa com as senhorinhas e as ajuda a levantar ou pegar coisas ou ainda cede o lugar pra elas no ônibus. Desprezar meninos então sempre achei idiotice, conversar com eles é invariavelmente muito melhor do que com as meninas.
Frescura nunca foi muito comigo, apesar de insistirem que eu sou fresca pra comer ou coisa do gênero, eu sempre acabo me virando e tudo fica bem. Eu odeio andar, procurar ou buscar algo que seja consumível ou passar 450 horas dentro de um shopping andando, odeio com todas as minhas forças. Prefiro ficar sentadinha vendo algum esportezinho bacana, de preferência futebol [normal ou americano], longe das coisas cor-de-rosa e do mundo um tanto quanto fútil.
Eu desconfio que seja por essas e outras que invariavelmente eu viro mano e não amor. Não sou nem o modelinho de menininha e nem a menina estilosa que conquista atenções com facilidade. Eu assim palhaça, reclamona, enfrento motoristas enfurecidos no trânsito, mas fujo de aranhas e cachorros, irritante, saltitante, que fala palavrão, dança e canta o tempo todo.
Eu sou dessas.

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