domingo, 11 de setembro de 2011

É só mais uma noite como outra qualquer. Chegou em casa e sentiu sozinha como em todos os outros dias, sentiu tudo aquilo que não queria mais sentir. As lágrimas teimosas cismaram em cair em cima do teclado do computador e do livro que estava lendo. Nada mais fazia sentido e tudo o mais não poderia ser dito, escrito ou falado. A vontade de sumir permanecia ali como sua única companheira. Lembranças da semana e do dia a assombravam e só faziam com que o sentimento de solidão aumentasse cada vez mais. Onde foi que tudo mudou mesmo? Aonde é que erramos tanto? Nada mais parecia ser capaz de lhe preencher, de lhe fazer sorrir, de lhe deixar feliz. Ela se esforçava, conseguia por uns meros segundos e depois era invadida sem dó nem piedade de novo pela angústia. Desejo maldito, profano e insano que insistia em invadir-lhe a mente nos momentos menos propícios de modo que ela só queria gritar até ficar louca. Louca? Louca já estava há tempos quando se permitiu chegar a tal situação. Seus lábios podiam mentir mas seus olhos mostravam toda aquela tristeza que ainda insistia ali, dentro dela. Sua música, sua dança, seu canto nada mais parecia ter cor, nem sentido, nem graça. Uma vida cinza, monocromática que só a irritava mais. E o que fazer? Como não se magoar? Como não sentir? Parar era um verbo que dificilmente fazia parte de seu vocabulário e isso só tornava tudo mais dolorido. E ainda tem essa dor de cabeça que acompanha todos os problemas só pra não ser tão simples assim. E era então que ela fazia aquilo que lhe restava: chorava e implorava aos céus que aquilo parasse, que houvesse uma luz ou alguém com quem dividir tanta solidão. Assim como no resto de sua vida ela só podia esperar, esperar, esperar...

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