quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Natália adora olhar a Lua. Distante, brilhante, gigante, girando sempre sabendo que sozinha até brilha, mas só brilha de verdade sob a luz do seu amigo Sol.
Natália adora raios e tempestades, admira a força das águas, dos ventos, da energia pura que desce dos céus limpando, levando tudo que há pela frente, lavando, varrendo e queimando ao mesmo tempo.
Natália gosta de tudo aquilo que parece grandioso, exagerado, poderoso, inexplicável. De tudo aquilo que a faz sorrir sem perceber e esperando que mais ninguém perceba a bobagem que é sorrir só porque a Terra deu outro giro e o Sol se pôs.
No fim das contas, Natália gosta mesmo da surpresa contrastante que é esperar que algo aconteça, ainda que com frequência, mas a cada dia de um jeito novo. Natália aprendeu a admirar todas as coisas sobre as quais não tem controle, nem entendimento, só a sensação de coração preenchido ao sentir os últimos raios, a primeira luz ou os primeiros respingos.
Natália gosta de enxergar a si própria como uma força dessas, que chega simples como um temporal diria a poeta e leva consigo o que encontra pela frente. E convive com verdadeiras forças da natureza, quando canta, dança ou conversa complexidades da vida madrugada a dentro, mesmo que elas não se reconheçam assim.
Natália tem sorte de se enxergar e enxergar o mundo como uma criança que ainda não quis crescer e que gargalha sozinha ao ser atingida pela chuva de verão. Mais sorte ainda tem de estar cercada por muitos sóis, que emprestam cor e luz pra todos os seus dias.

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